A Verdade Sobre a Vitamina D e a COVID-19
A vitamina D está entre os nutrientes queridinhos no cenário atual, quando enfrentamos uma pandemia pelo novo coronavírus.
E não é para menos! Essa vitamina executa funções importantíssimas em nosso organismo.
Mas qual é seu verdadeiro papel na prevenção ou tratamento da COVID-19?
Vamos conhecer melhor essa vitamina com cara de hormônio?
O termo vitamina D engloba um grupo de 7 moléculas interligadas por reações fotolíticas (que envolvem a quebra de compostos pela radiação) e enzimáticas. Sob o guarda-chuva desse termo estão as denominações 1,25(OH)2D3 ou calcitrol e seus precursores (que dão origem), o ergocalciferol (vitamina D2), o colecalciferol (vitamina D3) e a 25-hidroxivitamina D ou calcidiol. Mas para fins didáticos, daqui em diante utilizaremos o termo genérico Vitamina D, para nos referirmos a todas as formas do nutriente.
Essa vitamina é sintetizada na pele pela ação dos raios ultravioletas (UV-B), porém quando a exposição solar não é adequada, a ingestão de alimentos que contenham esse nutriente se faz necessária. Tanto a ingerida, quando a sintetizada na pele são metabolizadas e ativadas no fígado e nos rins.
Os alimentos fonte dessa vitamina são especialmente os peixes gordurosos como atum e salmão, mas derivados de leite como manteiga e queijos também contém a vitamina. Nos vegetais, pode ser encontrada em fungos comestíveis. Porém, as fontes alimentares contribuem com apenas 10 a 20% do total das nossas necessidades. A síntese na pele a partir da luz solar é de longe a principal fonte da vitamina.
Então a grande dica é: tome sol!
De acordo com o Dr. Sergio Setsuo Maeda, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, 10 a 15 minutos de exposição solar diária, sem protetor solar, com pelo menos braços e pernas expostos, protegendo o rosto e evitando a vermelhidão da pele, que é sinal de lesão pelo sol, já são suficientes.
Sumário
E por que alguns a consideram um hormônio?
A vitamina D regula importantes processos no nosso organismo, como: a metabolismo e equilíbrio do cálcio, modulação do sistema imunológico, além de participar de dos processos de multiplicação e diferenciação celular.
Sua deficiência está ligada ao enfraquecimento dos ossos, osteoporose, raquitismo, aumento na ocorrência de infecções, já que a vitamina D é fundamental para para o fortalecimento do sistema imunológico. Além disso, baixos níveis da vitamina podem desencadear doenças metabólicas como diabetes, obesidade, hipertensão, complicações gestacionais e aumento no risco de infecções respiratórias virais agudas e pneumonias.
Pessoas de pele escura, idade avançada, obesas, com baixa exposição solar, portadoras de comprometimentos hepáticos e/ou renais e doenças que causem mal absorção intestinal, têm maiores chances de desenvolver deficiência da vitamina D.
Os níveis desejáveis do nutriente em indivíduos saudáveis com até 60 anos é acima de 20ng/ml.
Para idosos (acima de 60 anos), pessoas com histórico de fraturas ou quedas recorrentes, gestantes e lactantes, que apresentam osteoporose (primária e secundária), doenças osteometabólicas, doença renal crônica, síndromes de má-absorção, como após cirurgia bariátrica e doença infamatória intestinal ou aqueles que usam medicamentos que interferem no metabolismo da vitamina D, tais como terapia antirretroviral, glicocorticoides, anticonvulsivantes, tratamento para câncer e diabetes, os níveis desejáveis são entre 30 a 60ng/ml.
Vitamina D e COVID-19
Em todo mundo estudos têm sido conduzidos com o objetivo de compreender a relação entre a vitamina D e a infecção pelo novo coronavírus. Em alguns deles, foi observado que pacientes com pior prognóstico apresentaram também baixos níveis sérios do nutriente, o que fez surgir a ideia de que a vitamina D poderia ser capaz de prevenir ou tratar a COVID-19. Desde então, recomendações com as dosagens mais diversas surgiram.
Contudo, até o momento não há uma quantidade significativa de estudos clínicos capazes de confirmar que a vitamina D é capaz de prevenir ou tratar a infecção pelo COVID-19, independentemente da dosagem administrada.
Além disso, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, alerta que altas doses de vitamina D representam um perigo à população. A Superdosagem de Vitamina D pode causar toxicidade e hipercalcemia, que é o aumento dos níveis de cálcio do sangue, que pode levar a fadiga, fraqueza muscular, náuseas, perda de apetite e desidratação e pode inclusive comprometer o funcionamento dos rins.
No Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia que aconteceu em dezembro de 2020, a Dra. Marise Lazaretti-Castro, afirmou em sua palestra intitulada: O que a Covid-19 nos ensinou sobre a Vitamina D e Imunidade, que:
“é importante garantir que a população de risco esteja com níveis adequados de Vitamina D”.
Mais uma vez a ciência mostra que não há um caminho radical, uma alternativa mirabolante e que o bom senso é o melhor caminho!
Então procure um médico ou um nutricionista. Não tome suplementos sem acompanhamento de profissional habilitado e tome sol!
Fontes consultadas:
–Posicionamento Oficial da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial
-O sistema endocrinológico vitamina D
-Effects of vitamin D on the prevention and treatment of COVID 19: a systematic review
–As duas faces da vitamina D como terapia adjuvante na COVID-19
-Interaction between age and vitamin D deficiency in severe COVID-19 infection
-Nota de Esclarecimento: Vitamina D e Covid-19
-Covid-19: Vitamina D e Imunidade
Texto por Liliane Grein Beuther
Nutricionista – CRN10 2585
Mestranda do Programa de Ciência e Tecnologia Ambiental
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